Dados da Organização das Nações Unidas (ONU) revelam que as pessoas em situação de vulnerabilidade social são as mais atingidas pela pandemia do novo coronavírus (covid-19). Diante desse cenário, os assistentes sociais têm papel fundamental na linha de frente das ações que objetivam reduzir o impacto desse período de crise na vida dessa parcela da população.
Para a professora do curso de Serviço Social da Unileão Jacsa Vieira, a pandemia evidencia a fragilidade das políticas voltadas a essas pessoas e, sobretudo, a desigualdade social no país.
“Nós podemos ver o quanto estão sendo atingidos os trabalhadores informais, as pessoas residentes em zonas periféricas, mulheres e pessoas em situação de pobreza, porque as políticas públicas não chegam nesses locais como deveriam. A gente observa o índice de violência contra a mulher crescendo, a fome, o desemprego e diversas questões sendo evidenciadas dentro dessas localidades que a política social deve chegar”, ressalta.
Nessa perspectiva apresentada pela docente, os profissionais de Serviço Social são essenciais para que o acesso aos direitos fundamentais da população seja garantido, principalmente nesse período. Somado ao Sistema Único de Saúde (SUS), o Sistema Único de Assistência Social (SUAS) também busca transformar realidades por meio de políticas públicas efetivas para as operações dos serviços voltados à população no atual cenário de pandemia.
Conforme a profa. Jacsa, o SUAS, por meio das Secretarias de Assistência Social dos municípios, tem desempenhado diversas atividades nesse momento para garantir serviços, programas e benefícios, especialmente para aqueles que não possuem condições básicas para sobrevivência e que precisam da política de assistência social.
“Esse trabalho acontece por meio dos equipamentos sociais, a exemplo dos Centros de Referência de Assistência Social (CRAS), que ajudam essas pessoas na solicitação do auxílio emergencial, disponibilizado pelo Governo, assim como no Programa Bolsa Família”, explica.
A docente ressalta, ainda, o trabalho realizado para a redução, ou até isenção, na conta de energia e água, bem como alguns outros serviços e benefícios como, por exemplo, hotéis que estão recebendo idosos e famílias em situação de rua.
“Temos a política de assistência em parceria com a política de saúde, de segurança alimentar, nutricional, educacional e com diversas outras que realizam entrega de cestas básicas, de kits de alimentação e de higiene para essas famílias que estão em situação de vulnerabilidade social. É preciso que todos deem as mãos. Desempenhar trabalhos interdisciplinares e multidisciplinares. O vírus tem cada vez mais se alastrado e a nossa missão é garantir a vida, seja por qualquer meio. Enquanto assistentes sociais, faremos o que for necessário”, acrescenta a professora.